#19. Pela elevação da raça paulista: eugenia e infância nos discursos médicos de 1930
Faculdade de Ciências e Tecnologia NOVA, Ed. VII, Sala de Seminários António Manuel Nunes dos Santos
16 September 2019 · 13h00
Resumo
Essa apresentação pretende revelar como em São Paulo, durante os anos de 1930, houve um espaço aberto para a recepção de teorias eugenistas, quer de linhagem lamarquista e de cunho ambientalista e sanitário, quer com forte defesa restritiva, racista e esterilizadora. Tais teorias não se davam num plano marginal de discussão, muito pelo contrário, estava na ordem do dia, num debate caloroso e que tinha em sua já forte corporação médica uma defensora inconteste, sendo a criança considerada o elemento central para se garantir que se formassem, ou “continuassem a formar”, paulistas “racialmente superiores”. Assim, estavam dados os primeiros passos do elixir da longa vida nacional, com o Brasil salvo por uma sociedade, que formaria um exército de homens brancos, sãos e íntegros, podendo seguir o caminho da civilização tão esperada!
Sobre o orador
André Mota é Doutor em História formado pelo Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas-USP. Atualmente é Professor Livre-Docente do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina-FMUSP e Coordenador do Museu Histórico da Faculdade de Medicina-USP. Seus estudos históricos estão voltados à compreensão da formação corporativa médica e desenvolvimento tecnológico da medicina no Estado de São Paulo no século XX. Seu último livro publicado em co-autoria com Maria Cristina Marques foi “História, Saúde Coletiva & Medicina: questões metodológicas”, São Paulo, Editora Hucitec, 2018.