CIUHCT participa na Noite Europeia dos Investigadores 2023
Museu Nacional de História Natural e da Ciência
29 September 2023 · 17h00-23h45
CIUHCT participa na Noite Europeia dos Investigadores 2023 com actividades dos seus investigadores Hugo Silveira Pereira, Hugo Soares, Inês Navalhas, Joana Lia Ferreira, Juan Acevedo, Luana Giurgevich, M. Luísa Sousa, Samuel Gessner, Silvana Munzi, que decorre no dia 29 de setembro, sexta-feira, das 17h às 24h.
As actividades de membros do CIUHCT decorrem no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, havendo diversas outras actividades que decorrerão também no Jardim Botânico de Lisboa e Jardim do Príncipe Real.
Cristina Luís faz parte da organização da NEI, integrando a equipa responsável pela avaliação do evento.
Actividades
- BaraOlhar o passado e o presente de Lisboa para outra mobilidade
Investigador(a) responsável: M. Luísa Sousa
A partir de um baralho com fotografias do passado e do presente de cinco locais de Lisboa, pedimos aos participantes que as façam corresponder, as localizem no mapa e identifiquem que diferenças consideram relevantes.
As fotografias integram a exposição fotográfica “A Cidade para quem? Quotidianos cicláveis nas ruas lisboetas do século XX”, fruto da colaboração do projecto “Hi-BicLab. Laboratório de História para Mobilidades Urbanas Sustentáveis: Políticas cicláveis de Lisboa” com Charlotte Seegers.
Local: Piso 0 – Exp. Grupo do Risco
Horário: 17h-20h
- Desconstruindo o “bom colonialismo” português através da fotografia
Investigador(a) responsável: Hugo Silveira Pereira (UNL-FCT-CIUHCT); Teresa Martins (ESE.IPP)
Neste Café de Ciência partimos de três pressupostos:
(1) se o passado é imutável, o conhecimento histórico transforma-se constantemente;
(2) a história é uma ciência que estuda criticamente o passado e não uma caixa de ressonância
nacionalista;
(3) a história é fulcral para a construção de uma cidadania global e uma sociedade inclusiva, pela desmistificação de imagens lusotropicalistas que silenciam facetas da colonização portuguesa.
Apresentamos um conjunto de 10 fotografias tiradas nas ex-colónias portuguesas durante o período colonial, entre finais do século XIX e meados do século XX. Desde os tempos da monarquia constitucional foi construído o mito de que Portugal era um “bom colonizador”, com uma especial ligação com os colonizados, que implementava um projeto colonial melhor, mais humano do que o doutras nações imperiais. Este mito coconstruiu-se com as noções de “progresso” e “civilização” com bases tecnocientíficas que consideravam África e os africanos como territórios e povos selvagens e autoimpunham aos europeus a missão de os “civilizar”. Mostramos imagens e reflexões críticas que contribuem para desconstruir este mito, enfatizando quatro realidades do processo colonial:
(1) o trabalho forçado, crucial para a construção de infraestruturas do “progresso”;
(2) os benefícios do progresso material estavam limitados aos colonizadores europeus, graças a uma política jurídica de discriminação;
(3) a violência contra os colonizados era comum;
(4) a hipersexualização da mulher africana.
Pretendemos:
(1) evidenciar dinâmicas de exploração e subalternização que marcaram o período colonial e
que ainda persistem;
(2) apresentar a História como uma ciência que deve analisar criticamente tanto as proezas do passado como as suas falhas.
Local: Claustro do MUHNAC
Horário: 19h
- Einstein, Eddington e o Eclipse – Viagem virtual (3D) à observação do eclipse solar total de 1919 na Ilha do Príncipe
Investigador(a) responsável: Hugo Soares
A 29 de maio de 1919 ocorreu um eclipse solar total, talvez o eclipse mais famoso de sempre. Foi um eclipse longo e tinha, por detrás do Sol, a constelação do Touro, com o exame de estrelas das Híadas. Estas condições eram muito favoráveis para testar e medir o encurvamento da luz, por ação da gravidade, ao passar junto do Sol, de acordo com a previsão da Teoria da Relatividade Geral de Einstein, publicada em 1915 e ainda por comprovar. Um dos locais escolhidos para fazer esta observação foi a Ilha do Príncipe, que na altura fazia parte do Império Colonial Português. Nesta atividade, através da utilização de óculos 3D, vamos viajar no espaço e no tempo, até ao dia 29 de Maio de 1919 na Roça Sundy, e ver uma recriação da estação de observação astronómica montada pela expedição Britânica liderada por Arthur Eddington.
Local: Piso 0 – Exp. Grupo do Risco
- Fabricar a história da matemática: usar instrumentos antigos como fontes de investigação
Investigador(a) responsável: Samuel Gessner
‘Fabricar a história’ apresenta uma amostra do trabalho do historiador de ciências convidando o público a uma experiência ‘hands-on’. A cultura material da matemática dos séculos 15 a 17 é muito propício a este exercício. Na época, o astrolábio, quadrantes multiusos, e instrumentos de cálculo eram bem conhecidos. O historiador pode descobrir as formas do conhecimento daquele tempo ressuscitando os gestos e raciocínios de quem aprendia astronomia e matemática. Participe na descoberta e pegue num dos instrumentos fabricados por impressão 3D!
Local: Piso 0 – Exp. Grupo do Risco
- Idades do Plástico e do Vidro para quem?
Investigador(a) responsável: Joana Lia Ferreira
Com mais de 5000 anos de existência, o vidro faz parte do quotidiano. O plástico, com uma história muito mais recente, também é um material ubíquo cuja produção ultrapassou outros mais antigos. O vidro e o plástico partilham características que os tornam adequados para desempenhar as mesmas funções e possuem tanto aspetos que os unem como que os separam. Em Portugal, estes dois materiais estão intimamente ligados: a indústria do plástico evoluiu diretamente a partir da indústria do vidro, dos seus trabalhadores e das suas competências. O plástico tem hoje uma hipervisibilidade devido ao impacto negativo no meio ambiente, por sua vez, o vidro apesar de ter permitido desenvolvimentos técnicos substanciais e de ser universalmente usado, nunca teve grande visibilidade no domínio público. A vida contemporânea é quase inimaginável sem o vidro ou o plástico, de modo que nas discussões referentes à nossa Era, há quem argumente que vivemos na Idade do Plástico e, ao mesmo tempo, existem aqueles que afirmam que estamos na Idade do Vidro.
A exposição HERIT-AGES tem como objetivo apresentar os resultados da investigação exploratória das relações entre as indústrias do vidro e do plástico e refletir sobre como a presença destes materiais nos museus pode impactar o olhar das gerações futuras sobre a nossa Idade.
Local: Piso 1 – Sala Azul
- Uma aventura textual desde os roteiros oceânicos do século XV até à linguagem digital do século XXI
Investigador(a) responsável: Silvana Munzi, Juan Acevedo, Luana Giurgevich
Vamos levar os visitantes ao coração do projeto RUTTER numa viagem por manuscritos centenários de carácter náutico, passando por todas as etapas da pesquisa histórica (localização de documentos, transcrição, estudo) até chegar à produção das edições digitais dos textos. Vamos familiarizar os visitantes com o conteúdo técnico e científico dos documentos, assim como com as ferramentas de ponta das Digital Humanities, usadas para lançar os alicerces de futuras pesquisas e dar nova vida à ciência e tecnologia dos navegadores da época moderna. Com esse trabalho, mostramos como, das costas ibéricas através dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, a nossa compreensão do globo foi transformada pelo conhecimento e habilidade dos primeiros navegadores.
Local: Piso 0 – Exp. Grupo do Risco
- Vamos desenhar um futuro mais sustentável?
Investigador(a) responsável: Inês Navalhas
Através de um jogo interativo, os participantes serão convidados a pensar nos desafios sociais e globais para um futuro mais sustentável. Tendo em conta os vários desafios do jogo, o participante deverá, então, desenhar, o que para si será uma possível solução o seu desafio, dando asas à imaginação. A criatividade é a peça mais preciosa deste jogo, a par com a reflexão. Procuramos todos os que saibam desenhar, mas especialmente aqueles que queiram pensar connosco o caminho para novas formas de olhar para antigos problemas.
Local: Piso 0 – Exp. Grupo do Risco