Raquel Cristina (AQUA) prova que os jardins contemporâneos consomem mais água que os da Idade Moderna
03 março 2021
No âmbito do projeto AQUA, a tese de mestrado da aluna e bolseira Raquel Rebelo Cristina foi orientada pela Professora Dídia Covas, Co-PI do AQUA, e pela investigadora do AQUA Laura Monteiro, ambas do CERIS, centro de investigação do Instituto Superior Técnico na área da engenharia civil e da sustentabilidade. O trabalho desenvolvido seguiu uma metodologia baseada no cálculo de balanços hídricos e energéticos, habitualmente usada na avaliação do desempenho de sistemas urbanos de águas. Os casos de estudo incluíram os jardins do Palácio Nacional de Queluz, o parque urbano Marechal Carmona em Cascais e alguns espaços verdes de Vale do Lobo, no Algarve.
A tese demonstrou que os sistemas de rega inteligentes, baseados na adequação dos volumes de rega às reais condições climatéricas locais, são eficientes na redução do consumo de água para rega e que a redução das perdas de água se reflete na melhoria da eficiência energética. No entanto, os jardins contemporâneos, ao necessitarem de rega frequente das áreas ajardinadas por incluírem muitos relvados na sua composição, consomem mais água, por unidade de área, do que o jardim histórico estudado, onde o principal uso da água ocorre nos jogos de água das fontes e cascatas. A enorme importância desta tese foi revelar inequívocamente, com base na modelação matemática dos sistemas de distribuição da água dos três casos estudados, que os jardins do palácio Nacional de Queluz eram mais eficientes do ponto de vista do uso da água e da energia a esta associada.
A tese pode ser consultada no website do AQUA.