Visões de Lisboa — Ciência, Tecnologia e Medicina (CTM) e a Construção de uma Capital Tecno-Científica (1870-1940)
Equipa
Investigador responsável
Ana Simões
Investigadores
Ana Carneiro, Ana Duarte Rodrigues, Antonio Sánchez Martínez, Carlos Godinho, Catarina Madruga, Cláudia Castelo, Ignacio Suay-Matallana, Inês Gomes, Isabel Amaral, Isabel Zilhão, Jaume Sastre, Jaume Valentines-Álvarez, Jorge Nuno Silva, José Carlos Avelãs Nunes, Maria Paula Diogo, Marta Macedo, Teresa Salomé Mota, Lídia Fernandes, Maria Fernanda Frazão, Tiago Saraiva
Consultores
Agusti Nieto-Galan (Universitat Autonoma de Barcelona), Mitchell Ash (University of Vienna), Thomas Misa (University of Minnesota)
Período
2016–2019
Financiamento
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (PTDC/IVC-HFC/3122/2014)
Resumo
Este projeto contribui para a área de ponta da história urbana da ciência, tecnologia e medicina (CTM) trazendo-lhe a perspectiva inovadora fornecida pelo estudo pormenorizado da cidade de Lisboa. Fá-lo articulando os estudos urbanos de CTM com a abordagem desenvolvida no contexto da rede Science and Technology and the European Periphery (STEP) sobre a apropriação e a circulação do conhecimento e de especialistas em CTM, na perspectiva da “periferia” europeia. No panorama internacional, este projeto contribui para o enriquecimento da problemática do STEP com a dimensão espacial da cidade, ao mesmo tempo que introduz na história urbana numa perspectiva da CTM a discussão emergente sobre o conceito de “cidade secundária,” por oposição ao conceito de metrópole. No contexto nacional, a história urbana será consistentemente objecto de estudo numa perspectiva da CTM.
VISLIS analisa os contornos da co-construção da CTM e Lisboa, sublinhando as especificidades do seu carácter dual enquanto cidade periférica e imperial. Especificamente, oferece uma narrativa histórica que articula as percepções da CTM e as visões de e para Lisboa, e a transformação efetiva do tecido urbano, no período histórico entre 1870, quando Lisboa se expande ao longo do Tejo e se afasta dele para norte, num processo de modernização que contrasta com as visões pessimistas partilhadas pela elite, e 1940, quando as celebrações do império se concretizam numa exposição grandiosa organizada em Lisboa, que alterou permanentemente as suas margens. Para o fazer, VISLIS explora quatro eixos que se intersectam:
- Instituições e espaços de CTM, e a integração das práticas de CTM nas infraestruturas sociais e materiais;
- Especialistas em CTM e a sua luta por hegemonia, incluindo a relação entre as políticas de especialização em CTM e as urbanas;
- O papel da CTM no discurso escrito e nas representações culturais e visuais da cidade, incluindo as utópicas;
- CTM e a cidade lúdica, nomeadamente, estruturas destinadas ao recreio e ao divertimento.
Os resultados do projeto VISLIS irão contribuir para o enriquecimento da historiografia internacional em CTM; elaboração de uma história de Lisboa na perspectiva da CTM; ligação entre a história urbana de Lisboa e a história num sentido amplo; finalmente, uso da história da CTM para promoção da cidadania e da cultura científica do presente, ao fomentar o turismo em Lisboa na perspectiva da CTM.