Antropoceno e problemas globais
Sala Ágora da Biblioteca da FCT-NOVA
12 dezembro 2016 até 09 janeiro 2017
Exposição realizada no âmbito do International Year of Global Understanding. Comissária: Maria Paula Diogo
Descrição
O termo Antropoceno foi cunhado pelo biólogo Eugene F. Stoermer, tornando-se famoso quando foi usado pelo prémio Nobel da Química Paul Crutzen. Num artigo publicado, talvez não por inteira coincidência, na viragem do milénio – “The Anthropocene” ( Global Change Newsletter , 2000) - Crutzen e Stoermer usam pela primeira vez formalmente o conceito para descrever um novo período, no qual as nossas actividades colectivas dominam e moldam o planeta.
O conceito de Antropoceno iniciou um debate que tem vindo a tornar-se cada vez mais relevante na comunidade académica e que, mais recentemente, chegou aos media, tornando o temo uma verdadeira buzzword . É consensual que a actividade humana levou a mudanças profundas no nosso planeta, nomeadamente o aquecimento global provocado pelas emissões de dióxido de carbono e pelo efeito de estufa, a subida do nível do mar, a extinção de espécies e a transformação do relevo devido à desflorestação massiva.
Embora o termo Antropoceno seja usado informalmente nas ciências e nas ciências sociais, não há, ainda, acordo oficial nem sobre se as alterações ao nível planetário introduzidas pela actividade humana são suficientemente intensas e duradouras a ponto de ficarem gravadas nos estratos geológicos, constituindo, portanto, uma época, nem sobre a datação e a cronologia deste período. Assim, se de um lado, geólogos e outros cientistas têm vindo a debater como encontrar nas camadas estratigráficas da Terra as marcas deixadas pelas actividades humanas e qual a data a ser associada, do outro, historiadores, sociólogos e antropólogos tentam encontrar um marcador temporal que, de momento, oscila entre a Revolução Neolítica de há cerca de 9000 anos, a Revolução Industrial do século XVIII e a Grande Aceleração da pós-segunda Guerra Mundial
Independentemente do resultado destes debates, o Antropoceno tornou-se um espaço de amplo diálogo interdisciplinar e, crescentemente, uma plataforma para o debate público sobre o tema da sustentabilidade.
Esta exposição junta três abordagens aos tópicos contidos no Antropoceno: a exposição Ecotopia2016, apresentada no London Design Festival, que propõe uma viagem a uma utopia partilhada por muitos de nós - a de um futuro sustentável, harmónico e justo, e duas projecções desenvolvidas no âmbito dos debates que tiveram lugar no Anthropocene Campus2016 – The Technosphere Issue – organizados em Berlim pela Haus der Kulturen der Welt o Max Planck Institute for the History of Science.
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