#16. Quando a ciência (não) matou os gafanhotos: Os Serviços de Extinção dos Acrídios entre 1899 e 1980
FCT/NOVA, Ed. VII, Sala de Seminários António Manuel Nunes dos Santos
11 abril 2019 · 13h00
Sinopse
Insetos potencialmente prejudiciais para a agricultura têm moldado as práticas e as políticas agrícolas em muitas regiões do planeta. Apesar de esquecido, o aparecimento súbito de nuvens de gafanhoto marroquino (Dociostaurus maroccanus) – comuns no Norte da África, sul e leste da Europa e na Ásia Ocidental – foi um fenómeno relativamente frequente na Península Ibérica até meados do século XX, tendo envolvido o Estado, agrónomos e populações em sucessivas tentativas de controle, maioritariamente, fracassadas. Esta comunicação analisa o caso português, discutindo como as políticas agrícolas poderão ter sido potenciadores desses surtos – e, principalmente, da percepção do seu risco –, assim como a forma e os contextos em que a ciência foi utilizada para conter os prejuízos e extinguir estes insectos.
[a partir do artigo: Gomes, I.; Queiroz, A. I. & Alves, D., “Iberians against locusts: fighting cross-border bio-invaders (1898-1947)”, Historia Agraria (in press)]
Sobre a oradora
Inês Gomes (CIUHCT/FCUL) é doutorada em História e Filosofia das Ciências (FCUL), mestre em Georrecursos (IST) e licenciada em Biologia (FCUL). É, desde 2017, investigadora de pós-doutoramento no CIUHCT.
A sua investigação iniciou-se na área da ecologia, tendo-se debruçado no doutoramento, defendido em 2015, sobre o património científico, centrando-se, em particular, sobre a história das colecções escolares de história natural associadas aos antigos liceus.
Mais recentemente, tem estado envolvida em projectos na área da história ambiental e da história urbana das ciências, nomeadamente nos projectos “Introductions, invasions and control measures of plant pests in Southern Europe. An interdisciplinary comparative approach from the 19th century onwards” e “Visions of Lisbon: Science, Technology and Medicine and the Making of a Techno-Scientific Capital, 1870-1940”.