#26. Tycho Brahe e os Cosmógrafos Ibéricos
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28 janeiro 2021 · 18h00
Resumo
O nobre dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601) foi um dos mais influentes astrónomos do século XVII isto apresar de as suas contribuições terem ocorrido, essencialmente, nas últimas décadas do século anterior. Ainda durante a notável actividade de observador dos céus, na Ilha de Ven, Tycho estudou detalhadamente a obra De Crepusculis (1542) do cosmógrafo e matemático português Pedro Nunes (1502-1578). Foi nessa obra, que Tycho cita em diversas passagens dos seus trabalhos, que encontrou uma engenhosa solução para melhorar o rigor das medições angulares, tendo-a testado em quatro dos seus instrumentos. Contudo, foi só após a inesperada morte de Tycho Brahe que os livros do astrónomo dinamarquês tiveram uma difusão mais alargada, entrando nos circuitos comerciais. Só então os novos dados e parâmetros astronómicos de Tycho seriam apropriados por cosmógrafos ibéricos como João Baptista Lavanha (c.1550-1624), Andrés García de Céspedes (c.1545-1611), Manuel de Figueiredo (1568-c.1622) ou António de Nájera.
Sobre o orador
Luís Tirapicos é investigador do Centro Interuniversitário de História da Ciências e da Tecnologia, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Os seus principais interesses de investigação são a história da astronomia em Portugal e Espanha, a ciência jesuíta, a arqueoastronomia ibérica e a cultura material da ciência. No início de 2010 foi estagiário de investigação em História da Ciência e Tecnologia no Royal Observatory - National Maritime Museum (Greenwich, Reino Unido) e no outono de 2013 Resident Fellow na Linda Hall Library em Kansas City (Missouri, EUA). Actualmente é colaborador da Isis Current Bibliography e editor executivo da HoST - Journal of History of Science and Technology. Enquanto co-autor da Biographical Encyclopedia of Astronomers (Springer, 2014), editada por Thomas Hockey, recebeu o Donald E. Osterbrock Book Prize para a astronomia histórica (2017), concedido pela American Astronomical Society.