Reflexões sobre a História do Corpo. Visões interdisciplinares.
- Autoria
Alexandra Esteves, José Gabriel Andrade & Isabel Amaral (coord.)
- Edição
- Lab2PT - Laboratório de Paisagens, Património e Território
- Ano
- 2024
- Nº de Páginas
- 158
- ISBN
- 978-989-35817-2-8
A presente obra é uma compilação de comunicações apresentadas na primeira edição de um Curso sobre a História do Corpo, que teve lugar em 2022, em formato híbrido, online e presencialmente, na Casa do Conhecimento da Universidade do Minho.
Além de ter contado com o apoio desta unidade cultural, essa formação foi impulsionada por dois centros de investigação: o Lab2PT (Laboratório de Paisagens, Património e Território), centro de investigação da Universidade do Minho, e o CIUHCT (Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia), Universidade de Lisboa e Universidade Nova de Lisboa.
A história do corpo humano começou a consolidar-se como campo de estudo na segunda metade do século XX, fortemente influenciada pela escola dos Annales e pela obra de vários historiadores, a partir dos anos oitenta do século passado, quando autores como Michel Foucault, Norbert Elias e Peter Brown começaram a desafiar as narrativas tradicionais que negligenciavam a materialidade do corpo. Foucault, em particular, problematizando a biopolítica e a genealogia do poder evidencia a forma de como as instituições modernas moldam e controlam os corpos, moldando subjetividades e práticas sociais. Elias, por sua vez, destacou a “civilização dos costumes” e a forma como o comportamento humano foi sendo refinado ao longo do tempo. O corpo, que antes era frequentemente negligenciado ou considerado apenas como um objeto passivo no contexto histórico, passou a ser reconhecido como um sujeito ativo e um campo de significação social e cultural. A atenção ao corpo passou a incluir cada vez mais temas de reflexão, como a sexualidade, a saúde, a doença, a higiene, o vestuário e os padrões de beleza, as dinâmicas de poder, cada um revelando aspetos fundamentais das dinâmicas sociais e culturais. Continua, hoje, a trazer à tona questões essenciais sobre a forma como vivemos, sentimos e experimentamos os nossos corpos em contextos muito diversos.