"Histórias da Ciência", às segundas-feiras, no Público
06 junho 2018
Desde 4 de Junho, o Jornal Público começou a publicar, às segundas-feiras, uma série de artigos dedicados à história da ciência.
A organização da série está a cargo dos investigadores do projecto Medea Chart, com coordenação e edição dos textos por Joaquim Alves Gaspar e Ana Margarida Nunes, a partir de um conceito de Henrique Leitão.
- "O mistério da carta-portulano", de Joaquim Alves Gaspar, coordenador do projecto, antecipou os temas em discussão no 2º workshop internacional On the origin and evolution of Portolan charts, que decorreu no início de junho no Instituto Hidrográfico.
- "O misterioso mapa de Piri Reis de 1513", de Gregory McIntosh, doutorando do projecto Medea, foca-se nos enigmas de um conhecido mapa do almirante otomano Piri Reis.
- "Galileu chegou à China no texto de um português", de Henrique Leitão, diz respeito à circulação das descobertas astronómicas de Galileu para o Extremo Oriente, pela mão de um missionário jesuíta, e por outro lado, à recepção das mesmas ideias no Colégio de Santo Antão, em Lisboa.
- "A Geografia de Ptolomeu ou o texto obsoleto mais importante de sempre", de Bruno Almeida, investigador de pós-doutoramento do projecto, trata do impacto da redescoberta e tradução desta obra de Ptolomeu na imagem do mundo estabelecida no século XV.
- "O giro dos astros, ou como do Universo se fez uma bola de anéis", de Carlos Godinho, doutorando do Departamento de História e Filosofia das Ciências da FCUL, membro do CIUHCT, trata das origens da esfera armilar e aborda sucintamente a tradição do seu uso em iconografia nacionalista portuguesa.
- "Contar histórias sobre desenhos: os diagramas na geometria grega antiga", de Jaume Sastre-Juan, diz respeito às ferramentas cognitivas e ao modo persuasivo da matemática grega antiga, analisando o seu modus operandi e a sua dependência de diagramas.
- "Os mapas do Brasil desenhados pelos padres matemáticos no século XVIII", de André Ferrand de Almeida, doutorando do projecto Medea Chart, fala-nos sobre o impacto dos trabalhos de cartografia terrestre de dois padres jesuítas, no Brasil oitocentista.
- "Os tesouros escondidos de um matemático inglês em Lisboa", de Samuel Gessner, fala-nos da recepção do conceito de logaritmo em Portugal, no século XVII, a partir de um instrumento descoberto no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em 1999.
- "Seria a Terra redonda em 1500?", de Joaquim Alves Gaspar, reflecte sobre a relevância técnica e estratégica da curvatura e do tamanho da Terra na chegada ao século XVI.
- "Da astronomia aos bons costumes: a Inquisição e a censura científica", de Francisco Malta Romeiras, emerge do seu trabalho de pós-doutoramento, e descreve algumas matérias científicas que a Inquisição rasurava dos livros editados em Portugal.
- "A ciência em lugar inesperado", de Luana Giurgevich, também decorrente de um trabalho de pós-doutoramento em curso, reporta à circulação dos livros científicos em instituições religiosas, descrevendo algumas curiosidades sobre as bibliotecas eclesiásticas em Portugal, entre os séculos XVIII e XIX.
- "Os automata ou “robôs” dos jardins", de Ana Duarte Rodrigues, aborda os sofisticados bonecos mecânicos dos jardins renascentistas, animados com energia hidráulica, cruzando um carácter lúdico, mas também estratégico, de exibição de poder e "modernidade" do proprietário.
- "Planisfério de Cantino: Um mapa para o mundo (quase) inteiro", de Joaquim Alves Gaspar, reporta-nos a um importante documento cartográfico de transição entre as cartas náuticas tradicionais (as cartas-portulano) e aquelas baseadas em observações astronómicas.
- "O jogo de preceitos morais de João de Barros", de Jorge Nuno Silva, analisa um dos livros pedagógicos do conhecido historiador, uma adaptação da Ética de Aristóteles a um jogo de tábuas. Precursor directo do moderno jogo do Gamão, pretendia ser um instrumento didáctico para familiarizar os jovens com as virtudes e correspondentes vícios.
- "O Tratado das Drogas, uma janela para a natureza da Ásia", de Teresa Nobre de Carvalho, aflora os escritos (e desenhos) de Cristovão da Costa, médico e naturalista português que, tal como os seus coevos Garcia de Orta e Tomé Pires, marcou o saber botânico na Europa quinhentista.
- "O jesuíta que mudou a Física e a Engenharia em Portugal", de Nuno Castel-Branco, jovem doutorando, redescobre a visão matemática e mecânica do mundo no Portugal seiscentista, com atenção às sebentas do curso do flamengo Hendrick Uwens (1618-1667) na Aula da Esfera do Colégio de Santo Antão.
- "Pedro Nunes e a distância de Lisboa à Índia", de Joaquim Alves Gaspar, situa-nos na controvérsia que envolve Lopo Homem e Pedro Nunes, quando da chegada do segundo a cosmógrafo-mor do reino, (1547), em torno de erros presentes no Padrão del Rei, o padrão cartográfico oficial.
- "A dança dos planetas segundo Teodoro de Almeida", de Luís Tirapicos, traça a história do invulgar planetário mecânico construído pelo padre oratoriano Teodoro de Almeida (1722-1804), do qual se preservou uma réplica, redescoberta em 2009 no rés-do-chão do Observatório da antiga Escola Politécnica.
- "Um jesuíta português no laboratório da Madame Curie", de Francisco Malta Romeiras, destaca a ligação do padre jesuíta António de Oliveira Pinto (1868-1933) aos estudos então emergentes em radiologia e ionização, que o conduziu à realização das primeiras análises de radioactividade de águas mineiras portuguesas.
- "Longitude: um problema científico e tecnológico", de Gonçalo Dias, ilustra as várias abordagens à medição da longitude nas viagens marítimas, que persistiu por resolver até ao século XVIII — um problema científico cujos intervenientes são técnicos e artesãos de "baixa condição social e científica".
- "O mapa de Fernão de Magalhães", de Joaquim Alves Gaspar, fala-nos do papel da cartografia, as suas verdades científicas e deturpações estratégicas, na célebre proposta de circum-navegação apresentada por Fernão de Magalhães ao rei Carlos I.
- "Pedro Nunes e as voltas da linha de rumo", de Henrique Leitão, retoma uma das principais novidades do trabalho do matemático, a proposta de uma “linha de rumo”, mais tarde “curva loxodrómica”. Traça-se a recepção da proposta, de 1537, o seu efeito na reputação de Pedro Nunes, e a sua adopção generalizada — desde logo, a conhecida projecção de Mercator, apresentada em 1569, é construída a partir das linhas de rumo.
A colaboração, inicialmente calendarizada para durar até Setembro, concluiu a 29 de Outubro.
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