Leitura da peça "Demasiado Humano", de Daniel Gamito Marques
Mosteiro de São Bento da Vitória, Porto
21 dezembro 2021 · 19h00
O que se faz para tratar uma doença quando não se sabe o que fazer? É este o mote para a peça de teatro Demasiado Humano, de Daniel Gamito Marques, que será apresentada publicamente pela primeira vez na terça-feira, diz 21 de dezembro de 2021.
Este é um projecto que cruza ciência, história e arte, reflectindo sobre três episódios da história da medicina que estiveram na origem de grandes descobertas — vacina contra a raiva, método psicanalítico, primeira linha de células humanas imortalizadas. Estes episódios são analisados do ponto de vista dos pacientes e da sua condição de fragilidade.
A convite do Teatro Nacional S. João, a peça será apresentada e lida no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, no âmbito das suas Leituras no Mosteiro, evento coordenado por Nuno M. Cardoso e Paula Braga. A entrada é grátis e feita através de inscrição prévia. Mais informações aqui.
Este projecto foi desenvolvido no âmbito de um Laboratório de Criação do Festival Encontros de Novas Dramaturgias (Festival END), com direcção artística de Mickaël de Oliveira, e tem como principais entidades parceiras o Teatro Académico de Gil Vicente/Universidade de Coimbra, o Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), o Teatro Viriato (Viseu), e o Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo). No mesmo dia, serão também apresentados os outros dois projectos seleccionados para este Laboratório.
DEMASIADO HUMANO
Sinopse
A crença num ideal de progresso pôs em causa não só o equilíbrio do planeta, mas a nossa própria sobrevivência. A ciência deu-nos várias respostas sobre o que é ser “humano”, mas as grandes transformações dos nossos tempos fizeram com que todas as respostas parecessem pequenas. Precisamos, portanto, de voltar às perguntas. Demasiado Humano transporta os espectadores para os momentos em que três pacientes oscilam entre a vida e a morte. Partindo de casos concretos e de pessoas que realmente existiram, tocamos em momentos de vulnerabilidade total para percebermos onde está o cerne da nossa humanidade. Perante a maior crise das nossas vidas, uma crise que nos obriga a repensar quem somos e qual o lugar que ocupamos no mundo, somos forçados a chegar ao limite do que é ser humano. Esta é uma travessia difícil mas absolutamente necessária, pois se alguma coisa há que nos possa salvar, ela estará no lugar de onde todos os caminhos partem.