Ciência, prestígio e devoção: os jesuítas e a ciência em Portugal nos séculos XIX e XX
FCUL, Edifício C8, sala 8.02.03
19 novembro 2015 · 18h00
A acusação pombalina que responsabilizava os jesuítas pelo atraso educativo e científico em Portugal foi eficazmente assimilada pela sociedade portuguesa e manteve-se praticamente inalterada até à restauração da Companhia de Jesus em meados do século XIX. Para reconquistarem a influência e o raio de acção que tinham tido nos séculos anteriores, os jesuítas compreenderam que tinham de ultrapassar, em primeiro lugar, esta acusação centenária. E, por isso, da vontade de recuperar a sua credibilidade educativa e científica, acabaria por nascer um grande investimento no ensino e na prática das ciências naturais nos seus colégios, nomeadamente no Colégio de Campolide (1858-1910) e no Colégio de São Fiel (1863-1910). A expressão máxima deste empenho educativo e científico acabaria por ser a fundação da Brotéria (1902-2002), uma das mais importantes revistas científicas publicadas no nosso país.
Nesta conferência, será analisada a longevidade e influência da acusação de obscurantismo científico e a sua importância na definição das prioridades educativas, científicas e apostólicas dos jesuítas em Portugal nos séculos XIX e XX.