#31. O filme do cancro: o Instituto Português de Oncologia em movimento
[Online]
30 setembro 2021 · 18h00
Resumo
O estudo do uso do filme pelo Instituto Português de Oncologia (IPO) nas suas campanhas de sensibilização contra o cancro comporta uma nova fase de investigação do projeto de doutoramento desenvolvido no CIUHCT por Beatriz Medori. Repensando o nacionalismo: a propaganda contra o cancro do IPO nas décadas de 30 e 40 do século XX utiliza uma abordagem multidisciplinar entre a História das Ciências e a História de Arte para recuperar o património material e visual do IPO. Paralelamente, explora a história do Instituto a partir da sua relação com a circulação e popularização do conhecimento científico, e também com a construção do nacionalismo do regime do Estado Novo (1933-1974). Porque a incorporação da imagem em movimento nas campanhas contra o cancro do IPO foi particularmente precoce em território europeu, esta estava mais alinhada com o modelo norte americano das campanhas da American Society for the Control of Cancer que, aliás, vinham sendo traduzidas, adaptadas e utilizadas pelo IPO desde 1928. Através desta história do formato filme no seu contexto científico e cultural, nacional e internacional, pretende-se repensar também o nacionalismo português enquanto transnacional, com especial foco na influência da cultura norte americana em Portugal já muito evidente no início do século XX.
Sobre a oradora
Beatriz Medori concluiu o Mestrado/MA History of Art na University College London (UCL) (2016) e a Licenciatura em História da Arte na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (2014). Adota uma abordagem multidisciplinar que abrange a História das Ciências e da Tecnologia e a História de Arte, com ênfase na Cultura Material e Visual da Medicina em Portugal. É doutoranda no Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) (Lisboa), com o projeto Repensando o nacionalismo: a propaganda contra o cancro do Instituto Português de Oncologia nas décadas de 30 e 40 do século XX, com orientação de Ana Simões (2019-2023) e financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (UI/BD/150759/2020).