Sonolentos na metrópole
Instituto de Ciências Sociais, Sala 3
13 março 2019 · 12h30
Sinopse
A investigação científica sobre a doença do sono avançou rapidamente nas metrópoles dos impérios coloniais a partir da primeira década do século XX. Da primeira missão médica portuguesa em África, sob a direção do professor Aníbal Bettencourt, e da qual participaram Ayres Kopke, Correia Mendes e Gomes de Rezende, os primeiros resultados foram publicados em 1903. Apesar do seu impacto científico, os médicos portugueses não lograram identificar o agente etiológico. Em 1904, o Dr. Kopke retornou ao continente africano. Ele pôde examinar alguns doentes e fazer autopsias no hospital de Luanda. Como a investigação sobre a doença do sono deveria continuar na metrópole, algumas pessoas com suspeita ou já com os sintomas da doença do sono foram enviadas para o Hospital Colonial de Lisboa. Com base em artigos e documentação variada do Dr. Kopke, pretendo abordar um aspecto pouco tratado na historiografia da medicina tropical, ou seja, a importância das “cobaias humanas” para o avanço da medicina tropical durante o imperialismo colonial português.