‘Antropobiologia’, raça e constituição: comparando estudos biotipológicos em Brasil e Portugal, 1930-1960
FCUL, sala 8.2.02
22 março 2017 · 12h30
O objetivo deste trabalho é comparar os estudos biotipológicos desenvolvidos no contexto brasileiro e português dos anos 1930 e 1940. Entre os anos 1920 e 1940, a biotipologia era, em vários países, um dos fundamentos científicos para as práticas médicas e eugênicas de controle e classificação biológica da população. Considerava-se que a biotipologia era uma ciência que proporcionava linguagem alternativa às taxonomias raciais; apesar de em várias culturas científicas, como Brasil e Portugal, ela ter sido conectada às ciências raciais e, nestes casos, uma forma de idealizar certa concepção de “brasilidade” e identidade do império português, respectivamente. Suas classificações dos corpos em normais e anormais ainda eram baseadas em uma lógica determinista e hierárquica, que, acreditava-se, refletira as diferenças hereditárias entre as pessoas. Ao comparar Brasil e Portugal, este trabalho tenta demonstrar o que era distinto nos estudos biotipológicos portugueses e compreender como a biotipologia e seu variado léxico de classificação corporal foi combinado e acomodado nas ideologias raciais locais, sendo mais um meio de corroborar visões racialistas, normalizadoras e segregadoras.