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Dissertation Defenses

A Implantação do Automóvel em Portugal (1895-1910)

with José Barros Rodrigues

Faculdade de Ciências e Tecnologia da NOVA, Edifício IV, Sala de Actos

01 March 2013 · 10h00

Tipo de prova

Doutoramento em História, Filosofia e Património da Ciência e Tecnologia (FCT-UNL)

Resumo

A presente investigação tem como objectivo perceber de que forma o automóvel foi introduzido em Portugal, primeiro como objecto técnico e, posteriormente, como parte de um sistema técnico emergente. O período em análise vai de 1895, altura em que se verificou a importação do primeiro veículo equipado com motor a explosão, até 1910, ano da revolução republicana, evento que consideramos relevante para o desenvolvimento futuro do automóvel no nosso país.

Faz-se, em primeiro lugar, uma contextualização do nascimento da indústria automóvel europeia, investigando não só os pontos considerados fundamentais para a consolidação desta actividade (veículos hipomóveis, motores a explosão estacionários e as bicicletas), mas também outras contribuições tecnológicas, como o avanço na produção do aço, a evolução na destilação do petróleo ou, ainda, o incremento da ciência da soldadura. O estudo da “automobilidade” em Portugal contempla a inventariação dos primeiros automóveis importados para o nosso país, ainda sem a matriz moderna da cadeia de valor da distribuição, a construção identitária do automobilista português, que se forjou, largamente, na fundação do Real Automóvel Clube, a evolução deste sistema técnico e o desenvolvimento de uma nova matriz tecno-cultural nas áreas do urbanismo, do desporto e do turismo. Os aspectos emergentes da indústria automóvel e dos transportes também são problematizados, tentando perceber-se o papel de cada um dos actores intervenientes, as suas opções e as suas agendas.Finalmente, procura-se mostrar que o posicionamento republicano face ao automóvel, menorizando o seu estatuto e a importância da sua afirmação no país, radica no facto do automóvel, pela ligação inicial à elite aristocrática e capitalista do regime monárquico, ser entendido não como um artefacto técnico “ideologicamente neutro”, mas sim como um objecto e um sistema com forte carga política.

Por outro lado, este trabalho é parte de um projecto mais ambicioso e abrangente, que pretende compreender de que modo a ciência e a tecnologia, bem como os seus principais actores, reagem e se ajustam, num contexto periférico. Quando comparamos o caso português com as principais referências europeias, como a França ou a Alemanha, nas diferentes vertentes do sistema técnico do automóvel, constata-se o carácter periférico do nosso país; contudo, se afinarmos a análise ao espaço da Península Ibérica, é possível concluir que o nosso país esteve genericamente em linha com o país vizinho, salvo na questão da indústria automóvel. Podemos, pois, afirmar que, no que respeita ao automóvel e para o final do século XIX e primeiro quartel do século XX, o ponto crítico de desfasamento de Portugal com os sistemas técnicos europeu e peninsular não está, maioritariamente, nos padrões de consumo, mas sim no nível da produção, com a ausência de uma indústria automóvel nacional que, verdadeiramente, nunca chegou a existir.

Palavras-Chave

Automóvel, Indústria Automóvel, Comércio Automóvel, Turismo, Transportes, Desporto Automóvel

Constituição do júri

  • Professora Catedrática Maria Paula Pires dos Santos Diogo (orientadora) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa
  • Professor Catedrático Juan Carmona Badia (arguente) - Facultad de Ciencias Económicas y Empresariales, Universidade de Santiago de Compostela
  • Doutora Ana Paula Lopes da Silva (arguente) - Escola Superior de Educação de Almeida Garrett, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, membro Doutorado do CIUHCT
  • Professor Catedrático Jordi Catalan Vidal - Facultat d'Economia i Empresa, Universitat de Barcelona
  • Professor Catedrático António Manuel Dias de Sá Nunes dos Santos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa
  • Professora Associada com Agregação Maria Eugénia de Almeida Mata, Faculdade de Economia, Universidade Nova de Lisboa
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