O Gigante da Tapada: Campos Rodrigues (1836-1919) e o Observatório Astronómico de Lisboa
Museu Nacional de História Natural e da Ciência
23 July 2019 · 17h30
O Gigante da Tapada está em preparação há vários anos, e será o primeiro livro dedicado à história da ciência que a Imprensa da Universidade de Lisboa publica na colecção Inéditos.
O autor, Pedro Raposo, é actualmente curador do Planetário Adler em Chicago, e estará presente no lançamento do livro. Antes de mudar a sua carreira para os EUA, Raposo foi membro do nosso centro, e continuamos a acompanhar a sua investigação com toda a atenção. A coordenadora do CIUHCT, Maria Paula Diogo, será uma das responsáveis pela apresentação do livro, juntamente com os nossos colaboradores frequentes António Costa Canas e Luís Miguel Carolino, e José Afonso, coordenador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço. A apresentação será precedida de uma visita guiada à exposição E3 - Eddington, Einstein e o Eclipse, pelas 16h30.
Sinopse do livro
Campos Rodrigues (1836-1919) foi o mais destacado astrónomo português na viragem para o século XX. O seu percurso confunde-se com as primeiras décadas de atividade do Observatório Astronómico de Lisboa, que começou a ser construído em 1861 na Tapada da Ajuda com o objectivo de medir o Universo e fazer avançar a astronomia estelar. Em 1904, um dos raros detratores de Campos Rodrigues referia-se a ele como o ‘Gigante da Tapada’, uma alusão irónica ao facto de o astrónomo ser já então venerado entre os seus pares e colaboradores próximos. No final desse mesmo ano, a Academia das Ciências de Paris atribuía o Premio Valz a Campos Rodrigues. Foi um momento de glória e reconhecimento internacionais para um astrónomo que enquanto jovem oficial da Marinha quase perecera num naufrágio, e para um observatório fundado com grandes ambições mas que também ele sobrevivia a uma espécie de naufrágio eminente. Não obstante a sua obsessão com o anonimato, Campos Rodrigues foi a figura tutelar de uma instituição que, entre dificuldades e contratempos vários, deu contribuições importantes à ciência astronómica e tudo fez para se mostrar relevante em domínios tais como a determinação e transmissão da hora legal, o colonialismo português em África, e a promoção e divulgação da astronomia em Portugal.
Sobre Pedro Raposo
Pedro M. P. Raposo é historiador das ciências e profissional do mundo dos museus. Desempenha actualmente o cargo de curador e director de colecções no Planetário Adler, em Chicago. Nesta qualidade, é responsável por uma das mais importantes colecções mundiais de instrumentos científicos e livros raros na área da história da astronomia. É doutorado em História das Ciências pela Universidade de Oxford, onde o seu projecto doutoral foi distinguido com o Magellan Prize. Foi bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia, investigador integrado do Centro Inter-Universitário de História das Ciências e da Tecnologia, assistente convidado na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigador visitante no Instituto Max Planck para a História da Ciência em Berlim. Em 2016, a exposição What is a Planet? (Planetário Adler, 2016–2019), de que foi curador, foi distinguida com o primeiro prémio da Great Exhibitions Competition da British Society for the History of Science.