Ciência, Prestígio e Devoção: Os Jesuítas e a Ciência em Portugal (séculos XIX e XX)
- Autoria
- Edição
- Cascais: Lucerna
- Ano
- 2015
- Nº de Páginas
- 304
- ISBN
- 9789898516923
SINOPSE
Quando a Companhia de Jesus foi restaurada em Portugal, em meados do século XIX, permanecia ainda a memória da forte campanha ideológica que o Marquês de Pombal lançara no século XVIII, segundo a qual os jesuítas teriam sido os principais responsáveis pelo atraso científico no nosso país. Conscientes da longevidade, da influência e da transversalidade absolutamente invulgares dos argumentos pombalinos, os jesuítas compreenderam que tinham de ultrapassar as acusações de obscurantismo para se estabelecerem com alicerces firmes em Portugal e, assim, reconquistarem a influência e o raio de ação que tinham tido nos séculos anteriores. Da vontade de recuperar a sua credibilidade científica acabaria por nascer um grande investimento no ensino e na prática das ciências naturais nos seus colégios, nomeadamente no Colégio de Campolide (1858-1910) e no Colégio de São Fiel (1863-1910). São Fiel foi ainda o berço da revista Brotéria (1902-2002), uma das mais importantes publicações científicas portuguesas do século XX. Baseado nas histórias do Colégio de Campolide, do Colégio de São Fiel e da revista Brotéria, este livro centra-se nas razões que levaram uma ordem religiosa como a Companhia de Jesus a empenhar-se tão ativamente no ensino e na prática das ciências, bem como no impacto profundo que esse empreendimento teve para a ciência e para a educação científica em Portugal nos séculos XIX e XX.
Índice
- Prefácio
- Apresentação
- Primeira parte – Ciência e prestígio
- 1.1. Jesuítas e ciência – um ponto de partida
- 1.2. O ensino científico na Companhia de Jesus
- 1.3. A expulsão dos jesuítas e as reformas de Pombal
- 1.4. A ciência dos jesuítas nos séculos XIX e XX: uma questão de prestígio?
- Segunda parte – O ensino científico dos jesuítas em Portugal (1858-1910)
- 1. O ensino liceal em Portugal
- 2. Carlos Rademaker e a restauração da Companhia de Jesus
- 3. Os colégios da Companhia de Jesus (1858-1910)
- 3.1. O Colégio de Campolide (1858-1910)
- 3.1.1. Os espaços e a organização do colégio
- 3.1.2. Os alunos
- 3.1.3. O ensino
- 3.2. O Colégio de São Fiel (1863-1910)
- 3.2.1. Os espaços e a organização do colégio
- 3.2.2. Os alunos
- 3.2.3. O ensino
- 3.3. O Colégio de São Francisco (1877-1910)
- 4. Ciência e pedagogia nos colégios dos jesuítas
- 4.1. As academias científicas
- 4.2. Os eclipses solares de 1900 e 1905
- 4.3. Carlos Zimmermann e o ensino da microscopia vegetal
- 4.4. António Oliveira Pinto e a radioatividade das águas
- 5. As polémicas e a expulsão da Companhia de Jesus
- 5.1. A oposição à Companhia de Jesus em finais do século XIX e
- a sua repercussão no início do século XX
- 5.2. O exílio, as coleções confiscadas e as defesas inesperadas
- Terceira parte – A ciência na revista Brotéria (1902-2002)
- 1. A popularização científica na Companhia de Jesus
- 2. A Brotéria
- 2.1. A fundação de uma revista científica e os primeiros sinais
- de reconhecimento público
- 2.2. As estratégias de financiamento
- 3. A série Vulgarização Científica (1907-1924)
- 3.1. A agricultura
- 3.2. O comércio e a indústria
- 3.3. A medicina e a higiene
- 3.4. A química e a física
- 3.5. A sismologia
- 3.6. A geografia
- 3.7. A arqueologia
- 3.8. As ciências naturais e a religião
- 3.9. A transição para a Brotéria Cultural
- 4. A Botânica (1907-1931)
- 5. A Zoologia (1907-1931)
- 6. A Ciências Naturais (1932-1979)
- 6.1. Luisier e os cientistas do Estado Novo (1932-1957)
- 6.2. A direção de José Carvalhaes: um período de transição (1958-1961)
- 6.3. Luís Archer e a emergência da genética molecular (1962-1979)
- 7. A Genética (1980-2002)
- Conclusão
- Bibliografia
- Fontes primárias
- Fontes secundárias
- Artigos e capítulos de livros
- Abreviaturas
- Índice de figuras e tabelas
- Índice geral