O exótico e a ciência: coleção no jardim..
FCUL, sala 8.2.04
27 novembro 2014 · 18h00
A febre da ciência (botânica) e a desinformação científica no século XIX criaram enormes equívocos face às possibilidades ilimitadas da ciência. As tentativas de naturalização do exótico chique "como nos países civilizados da Europa" deu lugar na longa duração ao anátmema das "infestantes" conferido no século XX às mesmas espécies que uma centúria antes garantiam chancela de cultura e de desenvolvimento!
Atualmente associamos eucaliptos e acácias a infestantes, pragas, flagelos da paisagem europeia e brasileira. A ideia de plantar uma área igual à da Amazónia com espécies de eucaliptos aterroriza os ambientalistas, ecologistas, naturalistas, médicos que vêm nesta hipótese uma falácia bem montada da indústria madeireira brasileira.
Até que ponto a desinformação supostamente fundamentada aterrotiza a humanidade? No século XIX o eucalipto globulos, uma entre mais de 600 espécies de eucaliptos existentes no mundo, foi tarzido para a Europa como portador de uma essência equivalente à do quinino. Com ela pretendia-se eliminar a malária e a febre amarela. Foi plantando na Argélia, Espanha, Itália com esse mesmo intuito!
A acácia foi trazida para a Europa no sentido de travar a evolução dunar. O plantio de cortinas arbóreas travaria o flagelo das areias móveis e das saraivadas de areia sobre as culturas agrícolas da orla marítima.
Ambas as espécies foram introduzidas por se acreditar na altura, como em qualquer país civilizado, que seriam um bem para a humanidade. Até que ponto o problema das espécies invasivas decorre da escala de plantio, desleixo do seu controlo e do ciclo de addaptabilidade das espécies na natureza a meios físicos equivalentes ao da sua origem?