Caminhos de ferro, fotografia e paisagem tecnológica em Angola e Moçambique (c. 1880-c. 1910)
Instituto de Ciências Sociais, Sala 3
13 novembro 2019 · 12h30
Sinopse
Na década de 1870, Portugal transferiu para os seus domínios ultramarinos o programa desenvolvimentista que vinha implementando no território continental desde 1850, no qual a ferrovia detinha natural protagonismo. Nas vésperas da Primeira Grande Guerra, o sistema ferroviário colonial contava cerca de 2,000 km de extensão. Este processo histórico ficou registado em centenas de fotografias que capturaram diversos momentos da construção e operação ferroviárias. Nesta comunicação, demonstro como estas imagens contribuíram para divulgar a mensagem de que Portugal cumpria a sua “missão civilizadora” e era uma nação moderna com vocação imperial. Adicionalmente, proponho que a fotografia ferroviária contribuiu para a construção duma paisagem tecnológica em Angola e Moçambique. Considerando ainda que, ao contrário do que diziam os tecnocratas oitocentistas, a fotografia é um objeto extremamente subjetivo, que passa uma ou mais mensagens específicas, complemento a análise com documentos escritos que permitam estabelecer com maior certeza o sentido das imagens selecionadas.